úlitmas postagens

8/recent/ticker-posts

Uruguai: produtores de leite dizem que o negócio não é lucrativo




Os produtores de leite do Uruguai estão passando por uma crise muito longa que começou com a seca e que hoje torna o negócio não lucrativo por causa do preço que recebem. Grãos, concentrados, insumos em geral, fertilizantes e produtos químicos caíram e o negócio não é lucrativo. É por isso que a Sociedade de Produtores de Leite da Flórida (SPLF) convocou os produtores de leite para uma reunião aberta nesta terça-feira, dia 06.

Em entrevista ao Rurales El País, Fabián Hernández, membro da SPLF, disse que a situação "é insustentável e muito preocupante" e informou que há muitos saldos devidos à Conaprole. Além disso, nesses meses de menos leite, os saldos devedores são ainda piores porque não há ferramentas para alimentar o gado adequadamente, especialmente considerando que é o período pré-parto nas fazendas leiteiras, um momento fundamental para uma boa lactação ao longo do ano.

"Portanto, há muitas preocupações porque o negócio não é lucrativo. Não temos margem e estamos trabalhando com custos. Não há possibilidade de investir e já estamos exaustos devido à queda de preços em agosto", disse Hernández.

O preço precisa atingir os valores de antes da queda de preços de julho/agosto. Hoje o preço é de 0,36 centavos de dólar, quando são necessários 3 pesos (US$ 0,077) a mais para recuperar o que foi perdido. "A verdade é que a situação é muito angustiante porque os produtores não têm dinheiro", disse ele.

Novembro é um mês de alta rotatividade e é quando os produtores de leite fazem uma reserva econômica para enfrentar os próximos meses. No entanto, havia 255 registros no vermelho na Conaprole, incluindo parte das rações de outono e da reserva de forragem. Ou seja, quase 48% das inscrições foram pagas com menos de 100.000 pesos (US$ 2582,94).

"Um estabelecimento que cobra 100.000 pesos não é nada, porque você paga a eletricidade e paga alguns salários e não sobra dinheiro nem para comer. Em dezembro, parte da cota foi retirada dos segundos turnos e ainda havia 210 inscrições no vermelho. Não é mais apenas uma questão de efeito da seca, é uma questão de lucratividade, de que o preço não é suficiente", disse ele.

A assembleia de terça-feira está concentrada em pedir um preço e ouvir os produtores. Os produtores de leite acreditam que a Conaprole tem espaço para aumentar o preço, porque quando ele foi reduzido, o leite em pó integral estava abaixo de US$ 3.000 por tonelada, entre US$ 2.600 e US$ 2.800.

"Hoje, o preço do leite em pó integral está em US$ 3.200, e não capitalizamos isso. O leite subiu apenas 0,60 centavos de dólar em novembro, o que é totalmente insuficiente. Achamos que o setor tem espaço para manobras. Não queremos quebrar uma ferramenta como a Conaprole, mas também não queremos que os proprietários da cooperativa e aqueles que a apoiam caiam. Porque uma fábrica sem leite é um monte de ferro. Precisamos não perder o que está caindo mais rápido, que são os pequenos produtores. Temos que tentar impedir isso, que é de 50 a 60 produtores por ano. O negócio não é lucrativo nem atraente. Temos que tentar equilibrar a balança para que o negócio seja lucrativo para todos", concluiu.

As informações são do El País Digital, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.

Postar um comentário

0 Comentários